Fernanda Moura Bizarria

 

 

Ao analisar a polêmica específica que se desenvolveu na França envolvendo o uso de imagens de arquivo do Holocausto no cinema, Georges Didi-Huberman (2004) nos ajuda a refletir sobre o uso de imagens de arquivo em acontecimentos trágicos e extremos, como vêm sendo as experiências de contato entre índios e brancos no Brasil. Nestas situações, de forma simplista, sempre oscilaríamos entre pedir demasiado ou pedir muito pouco das imagens de arquivo. Quando pedimos muito, elas passam a pecar pela ausência. Inexatas e precárias são menosprezadas por aqueles que nelas gostariam de ver tudo. Quando pedimos pouco, as imagens são reduzidas a sua dimensão indicial. Classificadas como documentos, são aprisionadas em sua função informativa, subtraindo-as qualquer chance de serem olhadas como evento.

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